quarta-feira, 19 de março de 2008

NOSSOS PARTICIPANTES

Atualmente, na cidade de São Paulo, existem mais de 10 mil pessoas (FIPE/2000), que vivem em situação de rua, conseqüência de um sistema social e econômico que leva homens e mulheres com as mais diversas histórias de vida a passarem por situações de extrema penúria e exclusão. Soma-se a essa realidade de desemprego, falta de moradia e distância das famílias a questão das drogas, da violência e da falta de perspectiva de uma vida digna.

Para minimizar essa situação, transforma-la, humaniza-la, diversas ações são realizadas por uma rede de organizações sociais que buscam contribuir com os esforços de diversos atores sociais, onde, em uma união de esperança, força e solidariedade, as próprias pessoas em situação de rua estão se organizando, demonstrando que estão, e sempre estiveram e estarão, construindo suas próprias histórias, na direção de um final feliz.

A Pastoral do Povo da Rua de São Paulo estima que aproximadamente 30% da população de rua estão em condições de trabalhar e exercitar uma atividade de geração de trabalho e renda e, por isso, investe no diálogo com empresários, instâncias do poder público e organizações da sociedade civil, no sentido de somar esforços para transformar a realidade rumo à construção da autonomia e saída da rua.

Como resultados desse esforço, foram criadas as frentes de trabalho da Prefeitura e do Governo do Estado de São Paulo para a população em situação de rua, remunerando as pessoas com uma bolsa - auxílio mensal pela prestação de serviços.

A população em situação de rua, embora pobres e semi-analfabetos, não é destituída de conhecimentos e de habilidades, ao contrário, são fontes de conhecimento e de sabedoria e tomam decisões baseadas numa compreensão e avaliação precisas de suas necessidades. Deve-se ter respeito à capacidade dos participantes para gerar trabalho e renda e novas condições de vida a partir da experiência construída por eles mesmos, traçando com eles as saídas para sua situação de exclusão social. Rompe-se, assim com a concepção invalidante da prática assistencialista, construindo um novo pensamento e prática no trato da exclusão social, com a participação autônoma dos atores diretamente envolvidos.[1]

[1] ABREU, Maria de Fátima. Do lixo à cidadania: estratégias para a Ação, Brasília: parceria entre a Caixa Econômica Federal e a UNICEF, 2001.

Nenhum comentário:

Postar um comentário